5 de outubro de 2010

POR: Débora Vives - Grupo 7



principal avenida do bairro é grande no nome e na extensão: o endereço é quase sempre abreviado por falta de espaço, e não há pernas que aguentem percorrer seus quase 4km.

Reconhecida oficialmente pela prefeitura como via pública da cidade em 1894, ela é grandiosa também pela história que carrega. Foi palco de passeatas do movimento das Diretas Já, em 1983-84, e de manifestações. Além disso, deu passagem para blocos de muitos Carnavais e para os famosos bondes. Mesas de bares tradicionais serviam - e servem até hoje - para jogar carta, beber e jogar conversa fora.

Essas são as lembranças de Seu Zé, morador da avenida há 42 anos. O zelador, prestes a completar 70 primaveras, conta que adora os ares da Nossa Senhora de Copacabana, mas lamenta as mudanças quando olha para trás:

Seu Zé, morador da avenida há 42 anos


- No passado, a gente podia andar a qualquer hora da noite aqui na rua. Não tinha assalto, mendigo, tiroteio e violência. O pessoal se respeitava mais. Agora, a gente não pode mais fazer isso - desabafa Seu Zé.




O que se vê por lá
O movimentado mundo da Av. Copacabana faz parte do cartão-postal do bairro mais conhecido lá fora. As imagens mais comuns são as de táxis, ônibus, porteiros, estrangeiros, moradores de rua e, por incrível que pareça, gente que não mora na avenida. O pessoal chega de longe todo dia para trabalhar, ir a medico ou fazer compras.

Quanto ao cenário, casas são raridades ao longo da rua. Em geral, só existem condomínios, que ficam acima de muitas, muitas lojas. O comércio é o ponto forte da avenida. Impressiona também a quantidade de agências bancárias.

Essa enorme via parece um formigueiro e definitivamente não falta calor humano nas calçadas abençoadas da Nossa Senhora. Ela leva o troféu da rua mais acelerada, pois vive em um ritmo alucinante. "Vida express" total. Em horários de pico, fica impossível dar passos longos. À noite, nem tão bem frequentada, a avenida também não tem descanso. É a famosa "Nossa Sem Hora".

A partir das 18h, é tão iluminada quanto a Times Square de Nova York. Já de dia, em certos pontos, dá pra ver apenas alguns raios de sol que escapam entre os edifícios altos. Apesar da sombra, acredite, o calor é intenso e sufocante, como no resto da cidade. Quando cai água do céu, a Nossa Senhora fica pequena para tantos guarda-chuvas.

Ah, se essa rua fosse só minha, eu mandava fechar. Levava o trânsito para bem longe, a poluição para o lado de lá. Como pode ela ser tão perto, mas tão diferente da avenida beira-mar?

Trânsito
É o principal problema da Nossa Senhora. São mais de 2.200 ônibus e cerca de 20.000 veículos circulando na avenidade por dia. Junto com eles, vem a fumaça, o barulho e o congestionamento. Lá do 11º andar de um prédio ouve-se a poluição sonora.

Recentemente, anunciaram que a Av. Copacabana ganhará faixas exclusivas para os ônibus a partir de janeiro de 2011, monitoradas eletronicamente para impedir a invasão de carros. A intenção do projeto piloto é reduzir a frota em circulação e aumentar a velocidade dos veículos. Será que vai melhorar?

Lembranças do Seu Zé/década de 50: O bonde e a tranquilidade do trânsito
50 anos depois, o movimento!


Origem do nome do bairro e da rua
Copacabana é uma península do lago Titicaca, que fica entre a Bolívia e o Peru. Neste local, há uma capela que abriga a imagem da Virgem Maria, conhecida como Nossa Senhora de Copacabana. Mercadores de prata que vinham muito para cá trouxeram a réplica da santa para a Igreja da Misericórdia, no Centro. Mais tarde, construíram uma capela para a imagem no Forte de Copacabana. Foi em 1939, quando a rua passou a formar uma só via pública, que recebeu o nome de Avenida Nossa Senhora de Copacabana.

AV. NOSSA SENHORA DE COPACABANA - LINHA DO TEMPO



FONTES E PESQUISA:
BRASIL, GERSON - História das Ruas do Rio - 4ª edição. 1965
Sociedade Amigos de Copacabana e Assoc. dos Moradores Amigos de Copacabana (AMACOPA)

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