1 de dezembro de 2010

Ilha da Boa Viagem: Um Paraíso Histórico

POR: Maria Alice Santini

(Foto: Rick Iparessa)

Ao andar pelas ruas de Niterói é possível deparar-se com alguns resquícios da história que compõem a singularidade da cidade. Situada logo ao lado do Museu de Arte Contemporânea (MAC) – uma das famosas criações de Oscar Niemayer -, a Ilha da Boa Viagem traz consigo não somente uma beleza natural, mas também um rico conteúdo histórico de sua existência.
Com uma vegetação densa e pequenas construções que saltam aos olhos de quem admira o cenário rico em verde, a ilhota hoje é uma herança para os amantes de uma bela paisagem. Apesar de não ser uma rua, as pessoas que passam na correria do dia a dia contemplam sua magnitude e se vêem curiosas a respeito de sua história. Um dos primeiros registros da Ilha foi documentado no século XVI, mas precisamente no ano de 1615. Sob a ordem de Diogo de Carvalho de Fontoura, em 1650 foi construída uma capela em homenagem a Nossa Senhora da Boa Viagem, o que marcou a forte presença da Igreja Católica neste período. Embora tenha passado por dois incêndios, um em 1870 e o outro em 1977, a capela precisou de constantes reparos e restaurações. A Ilha foi considerada um porto seguro para aqueles que passavam meses a navegar pela imensidão dos mares. Esse pequeno espaço de terra cercado de água por todos os lados foi considerado um ponto de referencia, o qual simbolizava águas livres de perigo aos navegantes que assim chegavam a Baía.
Posteriormente, ainda no mesmo século XVI, a habitação da Ilha tomou outros rumos. Por volta de 1663 a força militar criou uma base para sua fortificação. Ao longo da história, a fé e a guerrilha estiveram lado a lado em suas representações criadas pelos Homens. Em ambas as situações, a Ilha da Boa Viagem se fez presente. De uma forma ou de outra, a Igreja por diversas vezes fez uso da força armada para o sucesso de suas conquistas e expansões, e por outro lado, sendo em momentos de sofrimento ou desespero, os soldados se apegavam as doutrinas divinas para amenizar a dor diante de guerras e revoltas.


Ao longo dos anos a Ilha se tornou posto de comando dos quartéis e também reduto de prisões militares. Os antigos símbolos materiais da fé foram abandonos, são reflexos do descaso diante da história do local e da cultura da cidade. A Ilha da Conceição se encontra, desde 1938, demarcada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Para os curiosos e apaixonados não somente por história, mas sim por uma bela paisagem, a Ilha está aberta para a visitação previamente marcada.

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