26 de novembro de 2010

Avenida Atlântica

Por Paula Kotouc
A Avenida Atlântica foi aberta em 1906, depois da abertura do Túnel Engenheiro Coelho Cintra (Túnel Novo). Foi uma das obras da reforma urbana do então prefeito Pereira Passos. Na época, era uma praia ainda rústica, com poucas construções. A via tinha somente 4 metros de largura, o que a época era suficiente (haviam apenas 150 automóveis na cidade)
Foto de 1910, que mostra Avenida Atlântica, na altura do Copacabana . À esquerda, a Pedreira do Inhangá, que dividia os bairros de Copacabana e do Leme.

Diversas ressacas destruíram a calçada, até que em 1971, ela foi alargada. No chão, desenhos do arquiteto e paisagista Burle Marx. Em 1991, ganhou ciclovia. Trata-se de uma das principais vias do Rio de Janeiro, pois passa por Copacabana e Leme. É também uma das mais famosas e mais belas, com a praia servindo de pano de fundo.
Avenida Atlântica vista da cobertura que fica na esquina com a Rua Djalma Ulrich

Hoje, apesar da fama, a Avenida Atlântica apresenta diversos problemas de conservação, conforme matéria escrita por mim mesma para o Jornal Posto Seis (para ler, acesse www.postoseis.com.br, clique em “edições antigas” e escolha a edição 300. A reportagem está na página 13). Não podemos falar dela sem citar ainda os antigos postes de iluminação, que formavam o famoso “colar de pérolas”. Eles ainda existem, enferrujados. Fica aqui o pedido para a Prefeitura revitalizá-los, fazem parte da história do bairro.

Tenho muitas lembranças da Avenida Atlântica. Moradora do Leme desde que nasci, lembro de quando a Banda do Leme em seus tempos áureos no Carnaval, fechava a pista para o trânsito no bairro inteiro. Em 1986, o RJTV (na época, apresentado pela Fátima Bernardes) exibiu uma matéria sobre o aniversário da festa, alguém teria este vídeo? Nele, aparecem meu pai e minha irmã (ainda bebê). Tenho também diversas lembranças de brincar na área de lazer. Aos que não sabem, aos domingos e feriados, ela transforma-se em um enorme espaço onde é possível alugar triciclos, andar de bicicleta, entre outros eventos.
Outra memória é a de andar tentando acompanhar os desenhos no chão. Todas as crianças que moravam por aqui já fizeram isso pelo menos alguma vez na vida. Quando era no lado do Calçadão, era fácil, bastava andar acompanhando os desenhos no chão. Perto dos prédios, era complicado porque havia necessidade de atravessar a rua e não haviam pedras portuguesas (ai, que saudade da época que meus maiores problemas eram esses).
Falando em lembranças, uma foto do fundo do baú ilustrando uma delas

Não podemos esquecer de citar que a Avenida Atlântica é o palco de diversos shows, como o dos Rolling Stones, em 2006 e da Cláudia Leitte, em 2008. Nesse ano, terá um do Roberto Carlos no dia 25/12. Lembro de ter assistido por lá show dos Paralamas do Sucesso, do Luli Santos, uma apresentação do Projeto Aquarius... O maior show mesmo é, sem dúvidas, a dantesca festa de Reveillon, que atrai milhares de turistas todos os anos.
Palco dos Rolling Stones, fotografado da altura da Praça do Lido.  Infelizmente, uma placa de trânsito impediu a visualização do telão.

Dentre suas construções, destacam-se alguns por algumas curiosidade. Nem todas existentes atualmente:
Copacabana Palace: construído entre 1919 e 1923, é um dos hotéis mais luxuosos da cidade.
Hotel Meridien: apesar de não pertencer mais a rede há alguns anos, todos ainda o conhecem por esse nome. Ficou conhecido pela cascata na festa de virada do ano.
Atlântica Business Center: Localizado na esquina com a Avenida Princesa Isabel, foi a primeira construção com a fachada toda de vidro na Atlântica (hoje, o Hotel Arena também é assim). Em seu endereço, havia antes o Edifício Leão Veloso, famoso por causa da polêmica envolvendo sua implosão (um dos moradores recusou-se a vender seu imóvel e durante muitos anos morou no prédio abandonado).
Edifício Chopin: provavelmente o residencial mais famoso da orla. Diz a lenda que basta escrever o nome do prédio que o correio entrega as correspondências, mesmo sem o endereço. No Reveillon, é o endereço mais badalado da cidade.
Edifício Ferrini: demolido na década de 1970, foi um dos primeiros edifício da orla. Tinha 6 andares. Ficava na esquina com a Rua Sá Ferreira (apesar de existir um posto de gasolina na frente dele, voltado para a praia). Na época, era muito luxuoso e por isso ganhou fama.
Edifício Guarujá: originalmente, localizava na esquina da Avenida Atlântica com a Rua Constante Ramos. Foi o maior prédio da orla por muito tempo e o mais elegante de seus período. Hoje, fica escondido, pois na praça em sua frente, foi construído outro edifício.
Edifício Regina Feigl: o último da praia, no Leme. Possui três blocos com elevadores exclusivos, cada um com 1 apartamento por andar. Sempre foi um dos endereços mais disputados de Copacabana.
Boite Help: Ficava no terreno em que antes se situava a "Casa do Vaticano".  Sua estrutura ainda existia dentro da outra construção (podia ser vista pela lateral, na Rua Djalma Ulrich).  Foco de prostituição, foi desativada em 2009 e demolida no mesmo ano.  No terreno, será erguida a nova sede no Museu de Imagem e Som.

Falando em construções da Atlântica, alguém tem informações sobre aquela casa que fica quase na esquina com a Santa Clara?  Acho ela muito bonita, quem souber qq coisa, fique a vontade para comentar sobre ela!

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