30 de novembro de 2010

Rua Pinheiro Machado

POR: Marcelo Sampaio de Castro


Localização:

A rua Pinheiro Machado, antiga rua Guanabara, se situa no bairro de Laranjeiras.
Estende-se da Rua Farani, em Botafogo, até a rua das Laranjeiras, fazendo, também, a
ligação com o Túnel Santa Bárbara.

Principais logradouros:

Nessa rua, que é uma das importantes vias de ligação entre a Zona Norte e a Zona Sul
da cidade, ficam prédios conhecidos ou famosos, como o Palácio Guanabara, sede do
governo do Estado, a antiga residência do Senador José Gomes Pinheiro Machado, na
colina denominada Morro da Graça, até 1915, um dos importantes centros políticos
da velha República, atualmente, tombada pela prefeitura municipal, o estádio do
Fluminense Futebol Clube e o consulado alemão, cujo prédio foi construído na década
de 60 com arrojadas linhas arquitetônicas. Próximo, fica a Universidade Santa Úrsula,
na Rua Fernando Ferrari.

Quem foi Pinheiro Machado?

José Gomes Pinheiro Machado, nasceu em Cruz Alta – Rio Grande do Sul, em 8 de
maio de 1851. Foi um líder republicano, Senador da República (1890-1915), fundador
do Partido Republicano Conservador e Vice-Presidente do Senado Federal.
Aos quinze anos de idade, aluno da Escola Militar no Rio de Janeiro, abandonou os seus
estudos, em 1865, para combater na Guerra do Paraguai como alistado do Corpo de
Voluntários da Pátria, onde permaneceu até 1868.
Ingressou na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo, no ano de
1878, criando com outros colegas o Clube Republicano Acadêmico e o jornal “A

República”, empenhando-se na propaganda das idéias republicanas que entusiasmavam
a juventude acadêmica da época.
Formando-se com brilhantismo, retorna para o Rio Grande do Sul, fixando-se na Cidade
de São Luís das Missões, atual São Luís Gonzaga, com banca de advocacia. Funda o
primeiro partido republicano riograndense nessa cidade e empenha-se na propaganda
pelo estabelecimento da República no Brasil, juntamente com grandes nomes como
Venâncio Aires, Julio Prates de Castilhos, Demétrio Ribeiro, Apolinário Porto Alegre,
Ramiro Barcelos e Joaquim Francisco de Assis Brasil.
Com a vitória do regime republicano, foi eleito senador pelo seu estado para a
Assembléia Constituinte de 1890/1891, na cidade do Rio de Janeiro e capital do país.
Em 1893, inicia-se a Revolução Federalista no Rio Grande do Sul, que representa uma
grande ameaça ao novo regime, razão pela qual Pinheiro Machado abandona a sua
cadeira de senador para combater aquele movimento armado, organizando a legendária
Divisão do Norte que heroicamente sustentou a luta contra as forças aguerridas de
Gumercindo Saraiva. Tendo derrotado os revoltosos na Batalha de Passo Fundo, fato
pelo qual foi homenageado pelo Marechal Floriano Peixoto com a patente de general,
retornou para o Senado, onde permaneceu até a sua morte.
Foi uma presença marcante na vida política nacional, se constituindo num dos fatores da
estabilidade do regime republicano do qual era um fiel soldado e servidor.
Apoiou com o seu prestígio e força moral vários governos republicanos, principalmente
o do seu amigo e correligionário o Marechal Hermes da Fonseca, assegurando da
Presidência do Senado a estabilidade necessária à consolidação do regime republicano
em nosso país.
A sua inflexibilidade na defesa dos princípios republicanos lhe valeram muitos inimigos
que da República queriam se aproveitar, em causa própria. Uma campanha movida no
Rio de Janeiro por esses elementos corrompidos armaram o braço de um assassino
chamado Manço de Paiva, que a 8 de setembro de 1915, no Hotel dos Estrangeiros,
consumou o seu execrável crime, apunhalando pelas costas o grande brasileiro.
Júlio de Castilhos, o patriarca do Rio Grande do Sul, em citação da sua época, assim se
refere à Pinheiro Machado: "na vida do Rio Grande do Sul, esse nome representa uma
tradição fulgente e equivale a um constante ensinamento cívico. Na vida da República,
ele se destaca, em nobre saliência, avultando sempre, dia por dia, pela palavra imaculada
e pelo exemplo permanente da mais admirável abnegação de patriota".


José Gomes Pinheiro Machado

O episódio da demolição de parte da arquibancada do estádio do Fluminense:

Em 1961, após 2 anos de entendimentos iniciados com a Prefeitura do antigo Distrito
Federal e, posteriormente com o Governo do então Estado da Guanabara, o Fluminense
teve parte de seu terreno desapropriado pela Superintendência de Urbanização e
Saneamento (Sursan), em uma faixa de terreno situada na rua Pinheiro Machado.

Toda a parte da arquibancada anteriormente existente do lado da rua Pinheiro Machado
foi demolida, possibilitando desta forma o escoamento do trânsito do túnel Santa
Bárbara.
Início da demolição pela Sursan (1961)

Ciclovia

Na primeira década do século XXI, a rua ganha ciclovias.


Reasfaltamento

Em 2010 a rua foi reasfaltada pela Secretaria Municipal de Obras.

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