6 de dezembro de 2010

O Rio de Janeiro continua lindo?

POR: Priscila Teixeira


Minha intenção no trabalho foi, na verdade, um pouco diferente da que estava proposta. Já morei no Leblon, em São Conrado, Ipanema, Gávea e seria muito conveniente que eu fizesse algo a respeito de algum desses bairros, mas também achei que ficaria tudo muito igualzinho ao que os outros alunos fariam e que talvez poderíamos cair no senso comum. 
 
Rio de Janeiro! Praia, sol, mar, mulheres bonitas. Será que a “cidade maravilhosa” se resume apenas a coisas tão boas e bonitas? As propagandas de turismo que tem como objetivo atrair quem vem de fora fazem bem essas publicidades, mas o Rio é mais que a zona sul. Temos a zona norte, oeste, centro, subúrbio, baixada fluminense. Tudo isso faz parte do grande Rio de Janeiro, e o que muitas vezes presenciamos nestas áreas é um triste abandono por parte das autoridades. Compreendo que turismo traz dinheiro para o estado, mas não é errado pensar apenas nos turistas? E o povo, a grande população que aqui vive? Um exemplo de que o carioca, ainda mais os que não moram na cidade do Rio de Janeiro e sim no interior, são deixados em segundo plano é o custo elevado dos ingressos para pontos turísticos. Pão de Açúcar e Corcovado não são coisas para quem mora na cidade do Rio de Janeiro aproveitar. Quer se divertir? Vê se dá sorte de fazer um dia bonito e de bastante calor e vá à praia, que com certeza estará lotada, e se dê por satisfeito. Se bem que dependendo de onde você mora a passagem é tão cara que nem isso você poderá aproveitar.


Moro na avenida Joaquim da Costa Lima, uma das principais da cidade de Belford Roxo, que sim (pasmem!) pertence ao estado do Rio de Janeiro. Vejam (se possível for) a pouca iluminação, os carros largados no meio da rua como se houvesse um ferro velho a céu aberto. Se não fossem os moradores (que sim pagam seus impostos!) para colocarem iluminação em seus portões, a avenida estaria ainda mais escura e sinistra, se não fossem os moradores para varrerem diariamente as frentes de suas casas, quando chovesse a água causaria inundações, pois a Comlurb não chega aqui. Quer ter água? Tenha dinheiro suficiente para que furem um poço artesiano, pois a Cedae também não chega aqui. E digo mais! Existem ruas na baixada fluminense em condições bem piores, pois aqui ao menos temos asfalto.

Queria tirar uma foto bonitinha como a dos outros alunos com o nome da rua, mas aqui essa placa já não exite há muito tempo, Mas nem tudo está perdido! Essa é a placa que minha mãe mandou fazer para o carteiro não se sentir tão perdido já que não há sequência nos números das casas. O número foi retirado com o photoshop, afinal não quero meu endereço na internet.



  
Muitos acham que tudo o que não faz parte da zona sul está muito distante, quando na verdade está mais perto do que imaginamos e nos afeta de alguma maneira. Um grande exemplo disso foi o transtorno que passamos na última semana. Creio que ninguém aqui mora na Vila Cruzeiro ou no Morro do Alemão, mas que muitos foram de alguma maneira afetados pelo que aconteceu, isso é fato.

Ah! Já ia esquecendo. Joaquim da Costa Lima foi um grande arquiteto do século XIX da cidade do Porto em Portugal. Em 1836 assumiu a cadeira de professor de arquitetura na Academia Portuense. A sua grande obra foi o Palácio da Bolsa, que segue o modelo arquitetônico implantado pela comunidade britânica residente então na cidade. Seu falecimento foi no ano de 1863. Mas, convenhamos que depois de tudo que foi relatado, saber quem inspirou o nome da avenida é o menos relevante.

Quem vos escreve é alguém que mora nessa rua há alguns anos, que sai às 04:40 da manhã (no escuro) e retorna às 23:30 (no escuro) diariamente. Se um dia acredito que vai melhorar? Depende do rumo que daremos às nossas vidas. Não dizem que brasileiro não desiste nunca?

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